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Controle de qualidade Engenharia de software TDD

Qual é o percentual ideal de cobertura de testes?

Ontem estava tendo uma discussão com um amigo aqui do trabalho sobre cobertura de testes.

A nossa discussão começou quando eu fui mostrar para ele um teste de aceitação em Selenium que eu fiz para uma parte do sistema de gerenciamento de conteúdo da empresa.

Ele estava argumentando que acha que os testes de aceitação com Selenium não são tão interessantes porque eles são muito frágeis – alterações na interface podem quebrar os testes. Realmente isso pode acontecer. Mas se acontecer é só reescrever o teste, oras! Antes dele quebrar ele será executado várias vezes e só nisso várias horas preciosas podem ser economizadas.

Repare o seguinte: você efetivamente testará as telas do sistema navegando nele, incluindo, editando e removendo itens. Se este trabalho pode ser automatizado, porque não fazê-lo? Não é melhor gastar o seu tempo para elaborar novas táticas de testes e novos testes de outras partes do sistema ao invés de ficar navegando em todas as páginas “manualmente”?

Discussões deste tipo me fazem lembrar do manifesto Testivus, que dentre outras coisas prega que: “An imperfect test today is better than a perfect test someday” (Um teste imperfeito hoje é melhor do que um teste perfeito algum dia). Mesmo que os seus testes não sejam os melhores do mundo e que vez ou outra precisem ser corrigidos, é melhor tê-los do que não ter teste nenhum. Com o tempo a cultura de testes fica impregnada na equipe e os testes vão ficando cada vez melhores e mais numerosos.

É claro que eu não concordo que os testes possam ser um monte de lixo que não testam nada. Eu só acho que não se pode ter uma abordagem dogmática em relação aos testes. Se a sua aplicação tem 50% de cobertura de testes eu não acho isso ruim. Aliás, é BEM mais do que a maioria que existe por aí. Mesmo assim você pode (deve) testar bem mais.

Concluindo, eu particularmente gosto muito de utilizar a abordagem de desenvolvimento guiado por testes (TDD). Com TDD você tem uma cobertura de testes significativa já que os testes vão sendo escritos na medida que a aplicação é escrita. Porém se isso não puder ser feito por algum motivo, não acho correto estipular um percentual mínimo ideal de cobertura de testes. Só acho que deve-se testar muito e quanto mais, melhor.

Coincidentemente saiu ontem uma matéria no InfoQ sobre este mesmo assunto que vale apena a leitura.

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