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Falando em Java 2008, aí vou eu!

Falando em Java 2008Na próxima semana estarei em São Paulo para o Falando em Java 2008, um ótimo evento realizado anualmente pelos amigos da Caelum, a melhor empresa de treinamentos em desenvolvimento de software do Brasil na atualidade.

Esse ano haverá a ilustre presença do Emmanuel Bernard (um dos líderes do projeto Hibernate na JBoss) que fará duas apresentações, uma sobre JPA 2.0 e outra sobre Hibernate Search. Por uma grande ironia do destino, a palestra de Hibernate Search foi uma das que eu não consegui assistir na JBoss World 2008 e agora vou ter minha segunda chance! Além disso esse ano não se falará só em Java mas também em arquitetura de software, Domain-Driven Design, JRuby on Rails, Scrum e AJAX.

Nos vemos por lá! 🙂

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[JBoss World 2008] Max Ross: Hibernate Shards

JBoss World 2008 - Max Ross - Hibernate ShardsMax Ross, do Google, fez uma apresentação sobre o Hibernate Shards.

Desenvolvido em 6 meses como um “pet project” (projeto pessoal) usando 20% do tempo de 3 engenheiros, o Hibernate Shards foi lançado internamente no Google em dezembro de 2006 e depois doado para a JBoss em maio de 2007.

“Shard” é um termo que o pessoal do Google usa para falar de divisão/particionamento. O Hibernate Shards é um framework de persistência baseado no Hibernate, usado para dividir os dados entre vários bancos de dados diferentes, criando um particionamento horizontal das informações.

Resumidamente, o particionamento horizontal é usado quando você têm aplicações com bancos de dados monstruosamente grandes e você precisa distribuí-los em vários bancos de dados. Então, você tem várias instâncias de banco de dados diferentes, todas com o mesmo schema, e com os dados divididos entre elas. Quem gerencia onde está cada banco de dados e em qual “shard” (partição/bucket/o que você quiser) estão os dados é o Hibernate Shards, de forma transparente para a aplicação. O Shards pode usar qualquer banco de dados suportado pelo Hibernate (ele tira vantagem dos dialects).

Os criadores do projeto queriam que fosse fácil e natural para os usuários de Hibernate usá-lo, por isso ele usa vários conceitos familiares como, por exemplo, a ShardedSessionFactory, que implementa a interface SessionFactory. Eles tem uma ShardedSession, e por aí vai.

Apesar do Shards ser totalmente compatível com Hibernate do ponto de vista da aplicação (porque usa as mesmas interfaces), ele não suporta JPA, a implementação de Query ainda não funciona 100% e vários outros probleminhas e “gaps” em relação ao Hibernate…

Confesso que fiquei um pouco decepcionado, porque pelo que eu tinha conversado com o pessoal por aí, parecia que ele seria uma forma de ter um schema distribuído em vários bancos de dados diferentes, e isso ia resolver um problema gigante que tenho. Mas descobrí que isso que eu preciso é particionamento vertical. Perguntei para o Max se daria para fazer alguma adaptação e ele falou que até seria possível escrever um ShardStrategy que quebrasse um galho, mas eu teria muitos problemas maiores pra resolver.

Ao menos serviu para conhecer esses conceitos de banco de dados, que de certa forma eu conhecia mas não da maneira formal.

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[JBoss World 2008] O Hibernate Validator me incomoda…

JBoss World 2008 - BOFAcabei de participar de um BOF com Emmanuel Bernard, Gavin King, Pete Muir, Max Andersen e mais uma dezena de pessoas.

O assunto era desenvolvimento de aplicações usando Hibernate, Seam e outras coisas mais da Red Hat. Dentre as várias coisas que foram discutidas, falamos sobre o Hibernate Validator.

O Hibernate Validator me incomoda, e é um pouco complicado de explicar o motivo, mas eu vou tentar. Na verdade não é o Validator em sí, mas as suas annotations. Vejamos um exemplo de código traduzido da página Validator. A sintaxe é muito simples e mesmo que você não saiba exatamente como funciona provavelmente conseguirá entender:

public class Endereco {
 
    @NotNull private String rua;
    private String cep;
    private String estado;
 
    @Length(max = 20)
    @NotNull
    private String pais;
 
    @Range(min = -2, max = 50, message = "Andar invalido")
    public int andar;
 
        ...
}

Na minha concepção, quando usamos o Hibernate Validator dessa forma, passamos a ter regras de negócio/validação do objeto fora do seu controle, e essas regras não estão fortemente encapsuladas. A verificação de que um endereço deve ter no máximo 20 caracteres, por exemplo, deveria estar encapsulada dentro de um método que cria/atualiza o endereço, e não numa annotation.

Existe uma discussão muito grande sobre isso. De um lado, os “puristas” acreditam que colocar annotations num objeto de domínio significa acoplar esses objetos à infraestrutura e implementações específicas. Do outro lado, os “práticos” acham que isso não tem o menor problema, que na prática o efeito colateral disso é nulo.

Eu sinceramente fico meio dividido. O que eu sei é que isso de alguma forma me incomoda. Estou acostumado a pensar de um modo “Domain-Driven Design”, e para mim o mais natural e certo seria que essa regra estivesse dentro de algum método.

Se você pensar que sua aplicação pode usar todas essas coisas juntas com esses quilos de annotations (Seam, Hibernate, Validator, Guice, etc, etc), no final você vai ter objetos de domínio altamente acoplados à toda a infraestrutura da aplicação. Pior ainda quando essas annotations tem regras de negócio. Os objetos vão acabar se tornando meros “fantoches” controlados por annotations… Isso definitivamente não parece ser bom.

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[JBoss World 2008] Emmanuel Bernard: Hibernate

JBoss World 2008 - Emmanuel Bernard - HibernateA apresentação do Emmanuel Bernard sobre Hibernate foi muito boa. Inicialmente o Gavin King também iria participar, mas ele acabou não chegando a tempo. Fiquei com medo achando que eles fossem falar sobre coisas muito básicas que todo mundo já conhece, mas ao invés disso o Emmanuel se preocupou justamente em falar sobre coisas que as pessoas não estão muito acostumadas a ver por aí, como estratégias de replicação e ResultTransformers, por exemplo.

Roadmap do Hibernate 3.x

O Emmanuel deu uma visão muito ampla do que eles planejam para o futuro. O roadmap do Hibernate para as próximas versões (3.x), que serão lançadas durante os próximos meses, incluem dentre outras coisas o seguinte:

Second-level Cache

  • Re-design das estratégias de replicação em cluster usando JBoss Cache (aliás, muito necessário, porque isso definitivamente não funciona bem, já tive experiências não muito boas de aplicações que simplemente se afogam com isso).
  • Re-design da clusterização de um modo geral.

JDBC Work API

Quando o Hibernate se torna um impecilho para o desenvolvimento porque não te dá a flexibilidade que você precisa, use um “proxy” para JDBC provido pelo Hibernate.

Stateless API

Usada para operações em batch, esta API permitirá a inserção de milhões de objetos sem erros de “out of memory”, facilitará o desenvolvimento de tarefas para rodar em intervalos de tempo determinados (tipo cron jobs) e coisas do tipo.

Hibernate 4.0

Já o Hibernate 4.0, que não tem data marcada para sair e parece que não vai ser tão cedo, tem uma lista de features muito mais extensa e “agressiva”. Basicamente essa nova versão do Hibernate será focada nos seguintes objetivos:

Facilidade de desenvolvimento

Configuração mais simples

  • Cada vez menos baseada em texto/String e xml e mais baseada em convenções e annotations.
  • Mutável em runtime, ou seja, alterar determinadas configurações não irá requerer que o contexto seja reiniciado.

Mais flexibilidade de mapeamento

  • Mais opções para mapeamento de componentes polimórficos.
  • Mais opções para mapeamento de coleções.

Otimizações

  • Melhorias no startup, que hoje é muito lento, especialmente quando se tem centenas ou milhares de entities.
  • Novas estratégias de fetching e melhorias no fetch automático.

Queries

Funcionalidades de alto nível

Versionamento automático e transparente de dados “out of the box”.

Entity Manager

Uma das idéias é que não seja mais necessário registrar as entities em um arquivo de configuração, só a annotation @Entity será necessária.

Hibernate Tools

  • Criação de Ant tasks para que toda a DDL (tabelas, constraints, sequences, etc) necessária para a aplicação funcionar seja gerada automaticamente.
  • Leitura das informações para geração de DDL diretamente das entities, suportando tanto os mapeamentos feitos com Hibernate como com JPA.
  • Integração com JBoss Developer Studio.

Ampliação da plataforma

Outros projetos mais novos como Hibernate Search, Hibernate Validator e Hibernate Shards ganharão mais foco.

E a JPA?

Tudo isso automaticamente nos remete ao assunto Java Persistence API. A JPA foi lançada com um conjunto de featues muito pequeno que simplesmente não atende qualquer caso que não seja feijão-com-arroz. O que normalmente acaba acontecendo é que você sempre tem que recorrer a features específicas do Hibernate para resolver casos mais complexos. Isso simplesmente elimina o papel da JPA, que seria manter a aplicação desacoplada de um “vendor” específico. Então, o Emmanuel também falou um pouco do que podemos esperar para a JPA para resolver esses problemas:

  • Objetivo principal: padronização de um mecanismo de mapeamento objeto-relacional “lightweight”.
  • Focada em Domain Model.
  • Uso massivo de annotations: o objetivo é fazer tudo funcionar por annotations sem a necessidade de nenhum arquivo de configuração.
  • Incorporação das annotations avançadas específicas do Hibernate.
  • Fará parte do Java EE 6 padrão.
  • Terá uma Criteria API.
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Eventos Notícias

JBoss World 2008, aí vou eu!

JBoss World 2008Estou partindo daqui a pouquinho para a JBoss World 2008 em Orlando.

O evento é bem especializado nos produtos da Red Hat, o que me deixa com o pé um pouco atrás (tomara que não seja daqueles eventos ultra-“marketeiros”). Pela agenda do evento, dá pra esperar coisas interessantes.

Espero poder conhecer mais de algumas coisas que já ouví falar bem, como o Drools, Seam e Hibernate Search, além dos velhos conhecidos Hibernate, JBoss Cache, etc. Tem algumas apresentações sobre SOA e performance tuning que também podem ser interessantes.

Durante a semana vou contando aqui no blog o que está tendo de bom por lá.

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[QCon 2007] Ian Flint: Yahoo! Communities Architecture

A palestra do Ian Flint sobre a arquitetura do Yahoo! foi bem interessante. É bem legal saber como esses caras grandes funcionam e fiquei bem surpreso com algumas coisas.

Qcon 2007 - Ian FlintA principal delas foi saber que eles usam Hibernate para persistência em aplicações Java. O mais impressionante é que essa aplicação tem em torno de 50.000 transações de banco de dados por segundo! Isso pra mim derruba totalmente aqueles mitos de que Hibernate não escala, que não é flexível e não funciona para softwares “grandes” e “sérios”. Se isso não é grande eu não sei mais o que é! Além disso eles usam um set de frameworks bem comum: Spring, C3P0, Log4J, etc.

Outra coisa interessante é que a grande maioria das aplicações deles é em PHP. Ele não disse o percentual ou a quantidade mas enfatizou bastante o fato de ser a maioria das aplicações então deve ser bastante coisa. Em segundo lugar eles usam mais Python e só depois vem o Java. Eles também têm várias aplicações de back-end e componentes em C e C++.

Em relação a banco de dados, eles usam na maioria das aplicações MySQL e em segundo lugar Oracle RAC. Inclusive o Ian disse que foi a primeira vez em toda sua carreira que ele viu esse Oracle RAC funcionar… Pelo visto ele já teve algumas experiências traumáticas…

Para finalizar, tenho percebido que assim como todo o resto das empresas que estão aqui (eBay, LinkedIn, Oracle, etc) eles simplesmente não inventam arquiteturas complexas como às vezes imaginamos. O segredo é uma arquitetura o mais simples possível!

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