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Livro promissor sobre mock objects

Steve Freeman e Nat Pryce do JMock, um dos meus projetos favoritos, estão escrevendo um livro entitulado “Growing Object-Oriented Software, Guided by Tests”. O assunto é muito bom e conhecendo os caras e os materiais que eles já publicaram (especialmente o artigo que fala sobre a experiência deles evoluindo uma DSL, baseando-se no desenvolvimento do JMock – “Evolving an Embedded Domain-Specific Language in Java”), acho que o livro promete.

O primeiro capítulo já está disponível no blog do JMock e chama-se “What’s the point of Test-Driven Development?”. A leitura é obrigatória e já dá uma pista do que está por vir.

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Test infection: por onde começar?

Fala GC!

Cara, o que voce faria se entrasse em um projeto para implementar umas melhorias, mas esse projeto não tivesse nenhum tipo de teste, o código não fosse testável e você soubesse que daqui a 3 meses ia sair do projeto? Você perderia tempo fazendo refactoring, implementando testes, configurando CruiseControl e tal, ou ia simplesmente ligar o foda-se???

Isso acontece pelo menos 32409 vezes todos os dias em algum lugar do planeta.

Os desenvolvedores acostumados a programar com testes têm uma dificuldade enorme de trabalhar em aplicações que não tem testes. A primeira coisa que os desenvolvedores mais experientes fazem quando pegam uma aplicação nova é olhar a base de testes. Por alí já é possível descobrir uma série de comportamentos e detalhes da implementação do sistema, bem como as intenções de quem o programou. Mas o que você faz quando cai de pára-quedas num projeto que não tem um mísero teste sequer? Você não pode deixar esse problema para outra pessoa? É você o infeliz que tem que resolver o problema e fazer a faxina?

Minha resposta para essa pergunta é bem simples: SIM, você é o infeliz que tem que resolver o problema.

<história>
Uma vez eu trabalhava numa empresa e meu chefe me pediu para fazer um protótipo de um sistema que integrava um website com um PABX para fazer determinadas tarefas. Como era um protótipo e eu só tinha duas semanas, eu fiz ZERO testes (e a aplicação funcionava por milagre divino). Só que para o meu azar, esse protótipo era para fazer uma demonstração para um cliente, que adorou a idéia e comprou na mesma hora! Como meu chefe achava que já estava parcialmente pronto e funcionando, meu prazo para terminar era de mais quatro semanas. Duas semanas depois eu estava desesperado por não conseguir avançar na aplicação e não conseguir fazer o negócio funcionar. Aconteciam bugs estranhos, daqueles que te fazem pensar que você está na profissão errada. Todos os dias eu me arrependia profundamente de ter deixado os testes para trás. Meu chefe ficou desesperado e colocou mais um desenvolvedor para me ajudar. No primeiro dia ele me perguntou: “GC, onde estão os testes para eu dar uma olhada?”. Er.. bom… não tinham testes… E eu fiquei totalmente desmoralizado, fui humilhado, massacrado e apanhei quase até a morte.
</história>

Hoje em dia não abro mão dos testes. Se você entregar uma aplicação que não funciona, a culpa é sua! Então, faça tudo que é possível para garantir que tudo esteja funcionando.

Finalmente, respondendo o e-mail do meu amigo acima (que não posso dizer o nome porque não tenho permissão), eis algumas dicas para você não ficar em maus lençóis:

Dica número 1: faça sempre o melhor que puder! Mesmo que você ache que vai ficar 2 semanas ou 3 meses em um projeto, seu gerente pode mudar de idéia e você pode acabar ficando bem mais tempo do que isso. Então, tire essa idéia da cabeça já e comece a se preocupar com os testes. E mesmo que você com certeza absoluta só fique 3 meses, como que você vai sair de cabeça erguida e com a certeza de que o que você fez está funcionando se você não tem os testes para comprovar?

Dica número 2: conserte as janelas quebradas. Se alguém chega na sua casa e metade das janelas estão quebradas, então não tem muito problema se quebrar mais uma. Porém, se todas as janelas estiverem impecáveis, quebrar uma janela é péssimo! Siga este mesmo princípio para o seu código, não tenha janelas quebradas. Se você tiver 90% de cobertura de testes, todos eles forem impecáveis e nenhum falhar no CruiseControl, o próximo desenvolvedor que chegar se sentirá na obrigação de manter tudo funcionando da mesma forma, porque esta é a cultura do projeto. Já se todos os testes estiverem quebrados ou não houverem testes, não faz a menor diferença.

Dica número 3: não abraçe o mundo com as pernas! Não precisa refatorar a aplicação inteira de uma vez, até porque você corre um grande risco de tudo parar de funcionar e você ser demitido, além de que não vai conseguir implementar as features. Neste caso, minha estratégia seria refatorar o código na medida que precisasse implementar as features. Faria o ciclo normal de TDD: implementaria os testes fazendo refactor na implementação para torná-la testável, implementaria a feature, garantiria seu funcionamento e depois um novo refactor para deixar tudo bonito.

Dica número 4: get them Test Infected! Faça um workshop com os outros desenvolvedores do time e mostre para eles a importância de escrever testes. Ensine-os a usar o CruiseControl, JUnit, JMock, injeção de dependência e tudo mais que for necessário para que os testes aconteçam. Mesmo que você “perca” dois ou três dias de trabalho, com certeza ganhará muito mais desse dia em diante.

<piada>
Dica número 5: só por via das dúvidas, para ajudar nos momentos de fraqueza, coloque alguém para te vigiar em tempo integral. O “Dijkstra is watching” é ótimo para isso, tenha ele sempre por perto.
</piada>