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Pessoas não são recursos!

Esses dias vi uma mensagem no Twitter que me fez lembrar de algo que eu já queria ter falado aqui há algum tempo:

Referring to people as “resources” leads to thinking that individuals are interchangeable code producing units.

Toda vez que alguém chama uma pessoa de “recurso” dói meu ouvido. Chega até a ser chato, mas quando alguém faz um comentário sobre “recursos” do meu lado dificilmente consigo resistir a corrigir para “pessoas”. Como a Esther Derby disse na sua mensagem, tratar pessoas como “recursos” dá a impressão que as pessoas são “commodities“, que são meros “parafusos”, sem importância individual e substituíveis por qualquer outro.

Como que alguém pode se sentir bem sabendo que é totalmente descartável e que pode ser a qualquer momento trocado por qualquer outra pessoa? Como alguém pode estar comprometido com um projeto sabendo que é totalmente substituível e que não faz diferença se quem estiver ali for ela ou qualquer outra pessoa? Como alguém pode se sentir motivado assim?

E por fim a pergunta que eu queria chegar: Que tipo de código e que tipo de produto as pessoas vão conseguir produzir nessas condições?

Desenvolvedores de software são trabalhadores do conhecimento. Ao contrário de trabalhadores “Fordistas”, que são extremamente especializados numa linha de produção e desempenham atividades repetitivas e “robóticas”, os trabalhadores do conhecimento trabalham intensivamente com o seu cérebro, analisando e interpretando informações, descobrindo novas e melhores soluções para resolver problemas e tomando decisões o tempo todo.

Por esse motivo, é essencial que essas pessoas estejam motivadas, pois isso as deixa num estado mental que estimula sua produtividade, aumentando a quantidade de trabalho que podem realizar e potencializando o uso da sua criatividade para resolver problemas.

Um projeto de software bem sucedido é construido por pessoas motivadas, que tem visão do que estão fazendo e que acreditam nessa visão.

Para saber mais:

46 replies on “Pessoas não são recursos!”

O problema é que esse tratamento como recurso muitas vezes não acontece só com um chefe e sua equipe, acontece também entre os CLTs da empresa, que talvez por inveja do recurso ganhar mais do que eles, tratam os “temporários” como algo totalmente descartável. E na maioria das vezes culpam-se algumas pessoas por esse tratamento, mas sempre onde trabalhei que percebi que a verdadeira culpada era sempre o RH, os outros apenas repetiam o mesmo comportamento. “Vamos reunir a equipe e premiar os melhores. Obs: só para CLT!”.

Muito bacana Guilherme.

Acho que as empresas, principalmente as de TI, deveriam urgentemente pensar nas pessoas como um “capital humano e ativo” dela. Valorizar o profissional como pessoa e profissional ao invés de uma engrenagem que quando enferruja ou não funfa bem é trocada é muito errôneo, principalmente nessa nossa área onde cada um tem uma sensibilidade e proficiência para um aspecto de projeto de software.

Abração.

Assisti uma aula de administração como ouvinte na faculdade semestre passado e me alegrou muito ver que o antigo conceito de administração como sendo “alcançar resultados pelo gerenciamento de recursos escassos” está sendo revisto por professores e alunos para “Alcançar objetivos através de pessoas”.

E essa verdade vai além das empresas de software. É válido para todos os empreendimentos.

Muito bom, concordo completamente. O triste é saber que ainda existem muitas “empresas” que alimentam essa idéia de recurso, o que torna menos mal é que muitas vezes eles já destacam isso na entrevista (“olha só, estamos precisando de um recurso…”).

Uma colocação que gostaria de deixar, a qual eu concordo:
– Um líder tem talentos;
– Um chefe tem recursos;

Grande abraço e parabéns pelo post.

Olá Guilherme, sou formado em TI, especialista em Marketing e tenho um blog sobre Marketing de Relacionamento (www.lesantos.com.br), onde tento discutir a humanização no atendimento.

Adorei o seu artigo, pois eu vejo em muitas empresas que o profissional de TI não é tratado com o merecido respeito, Parabéns adorei o artigo.

* Para os comentários de Covardes Anônimos *

Comentários anônimos mostram que você não tem argumentos suficientes para sustentar sua opinião e que não é maduro o suficiente para discordar de uma opinião de forma inteligente ou com um argumento técnico coerente.

Quando alguém tem caráter, personalidade e confia no que está dizendo, não precisa se esconder no anonimato.

Comentários desse tipo serão devidamente apagados.

Eu já acostumei com esse termo recurso. Eu nem me irrito quando falam “recurso”, já virou um jargão comum…
E eu já vi gerentes ruins corrigirem outra pessoa quando se alguém falou “alocar mais um recurso Java”, mas na prática colocava pessoas novas no projeto só alterando o MS Project, sem mudar o tempo necessário para terminar a atividade, nem alocar uma atividade de mentoring para ajudar a pessoa (pair programming? esquece…) nem nada, como se fosse uma peça substituível mesmo…
Então nem esquento com a palavra recurso, me preocupo quando trocam membros da equipe sem levar em conta a perda na eficiência que isso gera. Se eu fosse produzir código ruim só por que falaram que eu era um “recurso Java” eu tava frito…

Bem no ponto: A única coisa que me dói mais do que “recurso” é ouvir o termo “fábrica de software”.

Pra mim, é como ouvir “linha de montagem de poesias”… Fazer software é uma arte, como escrever, pintar ou esculpir. Dá trabalho, depende de técnica, e de sensibilidades que só se adquire com anos de carreira fazendo junto daqueles que são melhores nisso do que você.

Eu acho que isso é um esforço para “comoditizar” o desenvolvimento de software. Até funciona, mas com o efeito colateral indesejado de “mediocrizá-lo”.

Quem se propõe a isso, normalmente, tem o que merece.

Guilherme, infelizmente esse lado “pessoa” dos membros de uma equipe são realmente pouco explorados nas empresas… Tanto nas empresas de “grande” porte quanto nas de pequeno porte… Isso tudo gera falta de comprometimento de todos com tudo… Isso realmente precisa ser mudado…

Eu trabalhei num lugar onde existiam duas equipes de desenvolvimento distintas: uma para desenvolvimento de produtos e outra projetos projetos em geral.

Eu originalmente fazia parte da equipe de produtos, sendo que o nosso gerente era fantástico, um exemplo de profissional e de pessoa. Curiosamente, ele não chamava ninguém de “recurso”.

Num determinado momento, eu acabei sendo “convocado” para ajudar a equipe de projetos, cujo cronograma estava atrasado. Quando o (outro) gerente de projetos conversou comigo a respeito da situação, ele falou que existiam muitas tarefas a serem finalizadas e que os “recursos” não dariam conta do recado.

Senti que meu estômago deu um nó. Para mim, antes de qualquer coisa, isso é uma falta de respeito com as pessoas com quem você divide o espaço durante a maior parte do tempo. E sem falar que são esses “recursos” que, na maioria das vezes, costumam carregar a empresa nas costas.

Me dividi em dois, mas no fim das contas deu tudo certo. Eu, um simples “recurso”, salvei a empresa de pagar uma grana alta a alguns clientes por quebra de contrato.

Irônico, se não fosse trágico.

Caracas, a discussão cresceu desde que li o post e consegui tempo pra vir aqui comentar… Vamos ver se consigo expor meu ponto de vista sem criar uma flame-war, uma vez que acho que serei o primeiro ‘não-anônimo’ a discordar de todos, acho.

Antes de tudo eu quero deixar claro que concordo que as pessoas merecem ser tratadas como tal, que podem ‘render mais que 100%’, que podem extrapolar suas ‘capacidades até então conhecidas’ e que dependem de condições e estímulos para se desenvolverem. Sendo até possível que mudem.

BTW, se assemelhando aos demais tipos de recursos (financeiro e instrumental) as pessoas também possuem limitações em variados aspectos.

Identificar e trabalhar, ou eventualmente apenas aceitar, as limitações de seus recursos de qualquer tipo aumentam a perspectiva de sucesso do ‘projeto’, não?

Também acho extremamente importante aproximar a TI do ’empirismo’, do ‘conhecimento sistemático’ e do ‘método científico’ em geral. E acho que considerar-nos um tipo de recurso facilita o planejamento e controle das atividades e dos demais recursos.

Seria algo como se esforçar para “não depender de milagres mas também não se surpreender com desastres”.

Além disto, acho que muitos só apresentam um rendimento excepcional sob certas circunstâncias bem especificas. BTW, procurar e promover estas circunstâncias deve ser avaliado sempre que possível e desejável.

Oi Andrey,

Discordar é bom porque faz a gente pensar no outro lado da moeda também, não se preocupe. 🙂

Concordo com vc que as pessoas têm limites e conhecer esses limites pode aumentar as chances de sucesso de um projeto, especialmente se ele for gerenciado da forma “tradicional”. Aliás, quando você trabalha da forma “tradicional” alocando horas de “recursos” para realizar tarefas do projeto, isso é essencial. O problema é que as pessoas não são iguais e é muito difícil conhecer os limites de cada um, o que torna esse tipo de planejamento muito difícil (e quase impossível para projetos mais longos) – o que talvez seja um bom motivo para o Chaos Report do Standish Group apontar para uma taxa de sucesso de apenas 29% em projetos de software (ou seja, que atenderam aos requisitos dos usuários no prazo e dentro do budget) contra 53% concluídos com atraso e acima do budget e 18% de falhas ou cancelamentos.

Quando você trabalha da forma “Agile” onde as pessoas é que dizem o que elas são capazes de fazer dada a meta de uma iteração/projeto, tratá-las como chave do processo faz toda a diferença! Nesse caso as pessoas não podem ser tratadas como “recursos” (ou como peças substituíveis e sem importância; ou ainda “gado” se quiser ser pejorativo), você deve as estimular para que trabalhem felizes, motivadas e acreditando no que estão fazendo, pois assim elas serão muito mais criativas e irão produzir muito muito muito mais.

Aconselho ler:

LIVRO: Peopleware: Productive Projects and Teams
LIVRO: The Mythical Man-Month: Essays on Software Engineering
Knowledge worker
Porque empresas tratam as “Pessoas” como “Recursos”?
Managing Knowledge Workers

Os dois primeiros links são de livros que dizem muito sobre esse assunto. O conhecimento deles é valiosíssimo para qualquer pessoa que trabalhe com software, a leitura é ESSENCIAL! 🙂

[ ]s, gc

É ridículo e infelizmente virou padrão. Eu trabalho em uma empresa grande ouço isso o tempo todo, tanto internamente como pelo cliente. Felizmente a repetição não me contaminou e sempre me refiro as pessoas como pessoas.

Um martelo é o recurso que você tem pra pregar um prego, o pessoa que vai utiliza-lo é um técnico, um marceneiro, carpinteiro apenas um analista de sistemas querendo pendurar um quadro na parede.

Felizmente nunca tive que ouvir que era apenas um recurso dentro das empresas que trabalhei, sempre trabalhei em empresas pequenas de no máximo 50 funcionários, talvez essa ocorrência seja em empresas de médio a grande porte, já que em um empresa pequena o contato entre as áreas é maior. Esse é apenas meu ponto de vista.
Excelente post, parabéns!

Andrey, discordo do seu ponto de vista. Pessoas utilizam recursos para desenvolverem suas atividades. Nunca vi um recurso utilizar outro recurso para realizar algo rs….

Você falou que as pessoas se assemelham aos recursos por suas limitações. Mas elas também se diferenciam deles por suas inovações!

E a limitação é um campo vasto. Qual a limitação das pessoas? Tecnológica? Cultural? De relacionamentos (trabalho em equipe)? As pessoas possuem limitações diferentes, que em muitos casos podem ser tratadas, reduzidas ou até mesmo eliminadas.

Por essa diferença entre as pessoas também discordo que elas só tenham um aumento de produtividade em determinadas condições específicas. Existem pessoas que só produzem mais, sob pressão. Em outras acontece justamente o contrário. Outras que aumentam sua produtividade quando se sentem desafiadas. Outras por dinheiro e assim por diante.

Acho que meu post está ficando grande rs…. vou parando por aqui!
Belo Post Guilherme!

Bom não poderia deixar de opinar sobre este assunto.
Para início de conversa recurso para minha pessoa é algo totalmente descartável, que quando está velho ou quebra você joga fora como lixo e compra um novo.
Uma pessoa não é um recurso pelo simples fato do mesmo ser um diferencial seja pessoal e/ou tecnico.
Exemplo: Um programador com muita habilidade é um diferencial no projeto você não vai simplesmente tirar esse cara botar um outro que está começando e achar que vai produzir da mesma forma, com o mesmo potencial, isso já quebra essa idéia de descarte de pessoas.
Existem também profissionais de visão que acabam vendo outros modos que podem ajudar a empresa, nem todos tem a mesma visão, ou seja, vai trocar esse cara e espera que o próximo pense igual?
Recurso nada mais é do que algo que eu troco e vai fazer a mesma coisa com a mesma qualidade ou um pouco melhor.
Muitas empresas achavam que programadores eram descartáveis, tiravam 1 senior e botavam 3 estagiários sozinhos (nada contra estagiários) e esperavam que estas 3 pessoas que estavam iniciando suas carreiras tivessem a mesma produtividade que aquele senior, melhor eles esperam que seja mais produtivo.
É apenas uma desculpa para pagar menos e esperar por mais, mas como o barato sai caro, existem: Atrasos de projetos, perda de dinheiro e até mesmo perca do projeto.
Isto aconteceu últimamente em uma consultoria, foi perdido 2 seniors e 1 pleno, resultado, atrasou o cronograma e não acham uma pessoa tão boa pelo preço que eles querem, ou seja, perderam um ótimo profissional por tratá-lo como um copinho descartável.
Na área de TI é muito comum as consultorias pensarem em pessoas como recursos, mas é o seguinte, arranca um cara que está 1 ano no projeto e coloque alguém que está começando no lugar dele, porém pense no seguinte: Esta pessoa vai levar no mínimo 2 meses para aprender o sistema, mais 2 meses para mostrar uma produtividade legal, nisso foram perdido por baixo 4 meses e com certeza vai ter atraso, se tem atraso o que pode acontecer? Você ter que terminar o projeto sem receber na melhor das ipóteses.
Profissionais é o diferencial da empresa.
Metodologias ágeis, o pré-requisito é o comprometimento do time, quem vai se comprometer sabendo que é um mero recurso descartável?
Depois ainda culpam a metodologia…
http://javawora.blogspot.com/2009/05/falhas-em-projetos-e-culpa-da-cultura-e.html
Por causa de algumas instituições de educação que pregam que você é um funcionário descartável, você já vira um mau profissional na área: http://javawora.blogspot.com/2008/08/maus-profissionais-de-ti.html
E vendo maus profissionais você acaba achando que todos tem o mesmo nível e logo todos são iguais e o que é igual pode ser substituído sem causar perdas, deve ser por essa razão que normalmente as empresas acham que profissionais são meros recursos que podem ser jogados fora.
Portanto, as consultorias, empresas e companhias multinacionais ou não deveriam repensar nas pessoas como um diferencial, fica aqui uma frase do Justus:
“Empresas não são importantes. Importantes são as pessoas que fazem parte delas, de nossos fornecedores, de nossos clientes e dos clientes deles. Pessoas Fazem o resultado de qualquer negócio.”

Ótimo artigo, parabéns Guilherme.

Ah, escutei do próprio Ricardo Vargas (Chairman do PMI), no Scrum Gathering, do erro de classificar e tratar as pessoas como recursos!

Grande post.
E eu ja to para mudar meu nome para recurso, pois e so isso que ouço de gerentes.
Tudo isso e culpa da Gerencia de Projetos, que deveria existir nomeação especificas para area de projetos de software..

Muito bom artigo,
quando comecei a trabalhar em uma empresa americana e ouvi a primeira vez “recursos”, me lembro de ter pensado algo como… “será que estão falando dos funcionários?” … sim.. eu era um dos recursos.
Não me parece muito inteligente, mas é como se não houvesse diferença para a empresa o funcionário A, B ou C:
“Eu preciso de 1 recurso sênio e 2 plenos”. Simples assim, é?
Tenho certeza que todos conhecem “recursos” que valem por 3.. e a conta? como fecha? bom.. não fecha.

Olá
Guilherme, belo texto. Esta discussão já havia acontecido no guj.
É aquela velha história:

Chefe manda , Líder motiva….

O que sinto mais falta são pessoas preparadas para gerir pessoas…

Descordo totalmente!
Chamar um programador de recurso, é o mesmo que chamar fulano de tal de Diretor da empresa. É a função assumida no gerenciamento do projeto. Acho que essa leitura litaral tenta induzir o leitor a crer que existe uma certa “maldade” ou comparação a um mecanismo, mas o fato é que o recurso pode ser um analista, programador, diretor ou qualquer outra função. Trata-se apenas de uma palavra utilizada para designar algum serviço a ser realizado.
Acho a tua idéia “purista” e equivocada, além de que a mesma tenta induzir o leitor a pensar que quem escreve “recurso” não se importa em selecionar o “recurso” que ele vai utilizar.

O que pode acabar ocorrendo é de a palavra recurso acabar caindo no desuso pelo significado de ofensa ou de descaso que ela acaba tendo, mas o tratamento que as pessoas vão receber, a atitude das empresas em termos de considerar os funcionarios descartaveis pode não mudar…
O importante é não apenas deixar de usar um termo para usar outro e sim dar a real atenção as pessoas…
As estimativas de um projeto dependem de quem vai executar (um tem mais experiencia que o outro, mais velocidade de execução, mais conhecimento em uma técnica, ferramenta, especialização, etc).
Os riscos de um projeto dependem de quem vai executar (uma pessoa pode gerar mais bugs, atender menos as especificacoes, ter mais problemas de saúde, faltar mais, ter problemas familiares, ter um carro que estraga muito e ele se atrasa, etc).
Nem sempre trocando X por Y mesmo antes da execução das atividades teremos o mesmo resultado. Durante o planejamento podemos fazer estimativas conforme o desempenho histórico da equipe, mas no refinamento é sempre importante considerar quem vai executar. Cada pessoa é uma pessoa. Todos são diferentes entre si, invariavelmente, mesmo os gemeos.
É importante também que essas pessoas que são as vezes chamadas de recursos não se comportem como tal. Conheço muita gente, inclusive onde trabalho hoje, que funcionam como recursos. Se não tem uma lista de tarefas previamente detalhada, cadastrada, atribuida, não fazem nada. Parecem maquinas que tem uma lista de comandos a serem a excutados. Acabaram-se os comandos, param. Pro-atividade para buscar algo a fazer, ajudar os outros, documentar algo que não está documentado, perguntar se tem algo a mais a fazer, melhorar algum ponto, nem pensar.
Sou gerente aqui da empresa, não chamo ninguém de recurso, pois não os considero dessa forma, mas bem que tem gente que merece… Essas pessoas também têm que repensar… não apenas aqueles que os chamam de recursos.

Na minha opinião, em um projeto, todos nos somos recursos, nossa preocupação deve ser nos tornarmos sempre recursos de grandes competências: motivadores, criadores, brilhantes, determinados e comprometidos. Separe o recurso que você é dentro de um Projeto do que você é para seu Gerente de Projetos, e não se preocupem com os “maus” Gerente de Projetos que não sabem diferenciar as coisas, motivar ou liderar, pois eles mesmos são um dos principais recursos (e ruins dessa forma) dentro de um projeto. Como Gerente de Projetos lhe afirmo, é bom ser um recurso, sejam felizes em ser recursos em um projeto e corram sempre atrás de ser um recurso de cada vez mais competências, iniciativas, capacidades e participações.

Para os que querem e insistem em interpretar a palavra “recursos” como algo diferente de pessoas que fazem um projeto acontecer, é uma opção pessoal, baseada nas fontes que cada um escolhe como suas verdades…

Meu nome é Rafael Esberard, sou Gerente de Projetos da AWM Interactive (http://www.awm.com.br), e a cada dia orgulhoso de trabalhar com excelente profissionais que são recursos extremamente valiosos a cada dia em todos os projetos.

Oi Guilherme,

A palavra recurso não é ruim, ruim é o sentido que estão dando à ela. Na minha concepção pessoal, recurso é uma alternativa, um profissional que trabalha comigo é um parceiro, colaborador. Sou formanda em recursos humanos e concluindo pós em psicologia organizacional. Já trabalhei em algumas empresas, algumas bem arcaicas e além de recurso, o profissional é um número, apenas um número.
As empresas de tecnologia geralmente possuem uma visão mais moderna sobre o profissional, pois geralmente o corpo de coloboradores é mais jovem.
Vi num comentário que a “culpa é do RH”, não é do RH não gente, os responsáveis chamam visão, missão e valores. O RH trabalha conforme a definição do conteúdo dessas palavrinhas. Quem defini isso? O topo da hierarquia. Se os sócios e diretores acreditam que o formato “Fordista” é o melhor para organização, assim vai dispender o funcionamento de toda organização, é a cultura organizacional.
Realmente não é legal um profissional ser visto como uma peça, número apenas, independente do jargão que isso carregue.
Parabéns pela iniciativa de diferenciar objetos de profissionais.

Olá Guilherme,

Parabéns, não tinha lido esse post ainda…

Concordo plenamente com a linha de raciocínio e aproveito e faço um adendo quando se falam em ‘fabrica de software’ tão largamente utilizado em nossa terra. Acho que uma coisa vai ligando a outra e etc..

O nome mais usado no exterior para este tipo de unidade (que também é usado por algumas multinacionais com unidades no Brasil, como a EDS) é ‘Solution Center’, com certeza bem mais adequado

Portanto, quando ouço também falarem sobre ‘fabrica de software’ me incomoda pelo simples fato de cre que desenvolver software esta muito mais ligado a uma atividade intelectual do que uma atividade de produção, de manufatura e etc sempre ligadas ao fordismo…

[]´s

Guilherme,

Parabéns pelo post!

Talvez a palavra recurso seja usada constatemente pois a visão que temos do projeto é através do cronograma. No MS-Project por exemplo as pessoas no seu projeto são denominadas de recursos! Será que alguém alocaria um recurso (máquina) a uma tarefa do project?

Fica a questão!

Um abraço,
Gustavo.

Diferentemente das pessoas que comentaram este post, não me incomodo de ser chamada de “recruso”.

Afinal é isto mesmo que sou (e que todos nós somos): meros RECURSOS.

Podemos ser substituídos a qualquer momento por outra pessoa com a mesma (ou melhor) experiência na profissão.

Contudo, saber que sou um recurso não me desmotiva, pelo contrário, torna-me muito mais comprometida com as minhas atividades, pois sabendo que posso ser substituída a qualquer momento, me esforçarei ao máximo para mostrar que sou um recurso extremamente útil e de difícil (embora possível) substituição.

Fico feliz de saber que existem pessoas que são felizes sendo apenas “mais um(a)” no meio de muitos(as). 🙂

Entendo também que nem todos são apaixonados pelo que fazem. Imagino que realmente deva ser difícil querer ser o melhor quando para você trata-se simplesmente de um emprego/profissão, e o seu empenho é apenas para não ser substituída.

Nós somos muito diferentes. Eu faço tudo que for possível para ser o melhor que eu puder, não “por medo de ser substituído”, mas porque eu quero fazer a diferença. Isso é o que separa os profissionais excelentes dos “medianos” (ou – usando um sinônimo mais apropriado – medíocres).

A concepção de pessoas como recursos vem com o neoliberalismo. A luta para derrubar os direitos trabalhistas, “flexibilizando” as leis não é uma luta em defesa dos trabalhadores, mas dos donos de empresas e, principalmente, do novo princípio capitalista que descarta tudo e todos com facilidade.
Quem se interessar em conhecer um pouco mais sobre isto, recomendo dois livros:
1) Gestão como uma doença Social; Autor:Vincent de Gaulejac; Editora: Idéias e Letras.
2) Avaliação do Trabalho Submetida à Prova do Real – Crítica aos fundamentos da Avaliação. Org. Laerte Idal Sznelwar e Fausto Leopoldo Mascia. Série Trabalho, Tecnologia e Organização, Ed. Blucher.

Infelizmente ainda se vê milhares de empresas que necessitam apenas de pessoas que decodifiquem, digitem, apliquem e copiem seus serviços seja ele, no desenvolvimento, design etc. Poucas empresas estão preparadas culturalmente para tratar seus profissionais como humanos, pensantes e que façam a diferença. Hoje em dia vários profissionais atuam apenas 20 ou até 40% da sua capacidade técnica, por conta destas ações gerenciais que podam a criatividade.

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